O ritmo de vida dos dias de hoje não permitem aos pais
ficar com os bebés tanto tempo quanto gostariam pelo que, na hora de regressar
ao emprego terão que avaliar qual a melhor opção. Na realidade portuguesa essas
opções passam por deixar a criança com os avós, com uma ama ou em creches
públicas ou privadas. Por um lado, penso que os avós começam a ser uma opção
cada vez menos viável, uma vez que estes trabalham até mais tarde (em termos de
idade) ao mesmo tempo que se questiona a importância de o bebé socializar com
outras crianças desde muito cedo. Um estudo feito pelo Institute of Education
(IE - Instituto de Educação) de Londres concluiu que crianças que aos 9 meses
já freqüentavam creches estavam, aos 3 anos de idade, mais preparadas para a
vida escolar. A mesma notícia referia que “em média, as que foram cedo para creches e
berçários conseguiram mais pontos numa avaliação que mediu a sua compreensão
das cores, letras, números, tamanhos, comparações e formas. Entretanto,
crianças cujas famílias tinham alto nível de escolaridade apresentaram
vocabulário maior quando criadas por um dos avós - na maioria dos casos, pela
avó materna”. Este estudo salienta que os avós não devem ser deixados de
fora da educação do bebé devendo “ser
estimulados a participar do dia a dia da criança na escola”.
De acordo com o Instituto responsável pelo estudo “pesquisas anteriores concluíram que
determinados ambientes pré-escolares, como as creches, podem ajudar as crianças
a desenvolver o "traquejo social" necessário para enfrentar a vida no
futuro”.
Neste dilema deve ter-se em conta que o pré-escolar não é a primeira etapa educativa das crianças. Até aos três anos, elas adquirem competências essenciais. A creche tem, por isso, uma responsabilidade imensa ao nível educativo.
Da necessidade de optar pela creche como alternativa
considero que algumas questões muito importantes se levantam: Qual a melhor
creche para o meu filho? O que é necessário uma creche ter para ser uma creche
de qualidade? Tal como refere Gabriela Portugal é “fundamental a qualidade dos cuidados alternativos a prestar à criança”.
Ao mesmo tempo, a DecoProteste afirma que “escolher
uma creche é, sem dúvida, uma das tarefas mais difíceis com que se deparam os
pais ou a família da criança, enquanto educadores. Isto porque há diversos
factores a ter em conta na hora de decidir”. Daí ser essencial fazer uma
pesquisa com várias creches, ouvir outros pais e observar o comportamento de
quem prestará os cuidados à criança. Na fase da escolha muitas condicionantes
fazem os pais optar por uma ou outra instituição, tais como custos,
localização e horário. No entanto, existem outros aspectos importantes a ter em
conta, entre eles o projecto pedagógico, as instalações oferecidas (sala de
actividades, berçário, zona para higiene, zona de refeições), a formação e
perfil dos prestadores de cuidados. A DecoProteste defende que, na escolha da
creche “conversar com a direcção e com a
educadora que, em princípio, ficará com a criança, é fundamental. Caso lhe
dificultem o acesso a diferentes espaços, exclua essa escola. É importante
sentir-se confiante com a selecção da creche ou jardim-de-infância e
assegurar-se de que as crianças passam o dia num ambiente saudável e
equilibrado”. O conceito de qualidade pode variar de acordo com as
expectativas dos pais em relação ao que a instituição deve disponibilizar.
Cabe, assim a todos os adultos envolvidos procurar
proporcionar experiências significativas em espaços confortáveis e acolhedores
com profissionais qualificados. A temática da qualidade é muito abrangente pelo
que procurei apontar apenas alguns aspectos que considero relevantes para que
se possa considerar uma instituição de qualidade, pelo que deverão ser tidos em
conta pelos pais na altura da escolha da mesma.
Tal como solicitei anteriormente gostaria de saber a vossa opinião em relação a este tema, tanto do ponto de vista de pais como de trabalhadores destas instituições.
Obrigada pela partilha
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